O modelo de atuação das facções no Estado tem gerado um custo imenso de vidas humanas. Já não há mais tantos “seres matáveis” dispostos a dar a vida por um conflito sem fim e, por muitas vezes, visto como sem sentido algum. Manter essa condição, em um contexto de vulnerabilidade social agravado pelos efeitos da pandemia, parece ser insustentável até mesmo sob o império da violência e do medo. Este é um terreno fértil para a ascensão dos “neutros”, com todo o rastro de violência que os processos de tomada de territórios deixam.
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Mais três bairros também registram casos de perda de vacina por medo das facções; Prefeitura não se pronuncia
Jovens de pelo menos mais três bairros de Fortaleza, Serrinha, Itaperi e Damas, perderam a vacina contra a Covid-19 por causa do agendamento ter sido marcado para uma unidade de saúde situada em um território dominado por uma facção rival. O medo de que possam ser vítimas de algum tipo de violência no trajeto entre a residência e o posto de vacinação impede que o deslocamento seja feito. Conforme o Blog Escrivaninha apurou, a partir de relato dos próprios profissionais da área da Saúde, nem mesmo o Centro de Eventos representa um local seguro, haja vista o equipamento público estar instalado em uma área sob a influência dos Guardiões do Estado (GDE).
A difícil arte de ser “neutro” em meio à guerra entre facções em Fortaleza
Diante de um cenário de enfraquecimento das principais organizações criminosas, grupos e comunidades locais buscam sua autonomia. O “Campo Estrela”, no Grande Jangurussu, é um dos epicentros dessa busca por independência. Depois de tantas mortes, os traficantes locais não veem mais vantagem em permanecer vinculados ao CV e querem a neutralidade do território. Não tem sido uma tarefa fácil, contudo, manter essa posição. Os enfrentamentos vêm de todos os lados, até mesmo da polícia.
“Federalização” das polícias militares pode gerar caos institucional aos governadores
Embora possamos contestar determinados aspectos das atuais políticas de segurança, a melhoria delas não virá minando os poderes dos governos estaduais, mas sim por meio do fortalecimento das micropolíticas, da integração ainda maior com as prefeituras tendo em vista a adoção de medidas preventivas. A saída passa por uma descentralização radical e não pelo seu contrário, ou seja, a “federalização” das polícias militares.
Ceará registra fuga em massa; sinal de alerta ligado
Uma semana depois de 28 líderes de facções retornarem ao Ceará, o sistema penitenciário registrou, na manhã de hoje, uma fuga em massa de 17 detentos do Instituto Presídio Professor Olavo Oliveira II, em Itaitinga. Em abril, dois detentos fugiram do Centro de Triagem e Observação Criminológica (CTOC), em Aquiraz. Em janeiro, um preso fugiuContinuar lendo “Ceará registra fuga em massa; sinal de alerta ligado”