Polícia Civil cumpre mandados de prisão contra alvos de facção no Pirambu

A Polícia Civil deflagrou na manhã desta terça-feira, 20, a operação Capto, cujo principal objetivo foi cumprir mandado de busca e apreensão. Até o momento, foram realizados oito mandados de prisão, sendo cinco na região do grande Pirambu, localizada na Área Integrada da Segurança 8 (AIS 8). 

A ação, coordenada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), prendeu nove homens, sendo um deles o braço direito de um chefe de grupo criminoso com atuação no bairro.

Moradores denunciam tentativa de vingança por morte de PM no Carlito Pamplona

Na madrugada da última quarta-feira, 14, moradores do bairro Carlito Pamplona, localizado em Fortaleza, viveram momentos de tensão. O Blog apurou que um grupo de policiais invadiram residências do local na tentativa de vingar a morte do PM Bruno Lopes Marques, de 27 anos, assassinado a tiros no último dia 12, naquele bairro.

A ação foi classificada pelos moradores do local como uma tentativa de chacina, visto que os agentes “invadiram as casas e se identificaram como policiais”. Os causadores da ação, conforme a população, chegaram ao local com três veículos, uma moto e dois carros.

Na ocasião, os policiais invadiram duas residências para revistar os moradores. No entanto, a ação não resultou apenas em uma vistoria de rotina. Antes de deixar a casa, o primeiro grupo de policiais assassinou um jovem que estava no interior da residência, enquanto a outra equipe, simultaneamente, disparou sete vezes contra um homem, que estava dentro de outra casa. De acordo com a denúncia, as cápsulas foram retiradas do local para que não houvesse evidências do ataque.

Ceará é protagonista nos estudos sobre a violência, mas e a política?

Muitos estados do Nordeste apresentam uma produção técnica de fôlego, indo além do que se produz no eixo Rio-São Paulo. Dentro dessa perspectiva alguns temas se impõem a partir do Ceará, como a dinâmica regional das facções e o papel do Estado na rota internacional do tráfico internacional de drogas

Entre a balança e a espada: a esquerda na encruzilhada da segurança pública

Quem sofre com os desmandos do crime organizado e a onipresença da violência urbana exige urgência nas ações. É preciso que as respostas dos órgãos de segurança sejam rápidas e efetivas, o que nem sempre é a realidade. Há, neste momento, um cabo de guerra em curso no campo progressista em torno do modelo de política a ser adotado

83% da população mundial vivem em países com alto índice de criminalidade

O mundo está cada vez mais dividido em termos sociais, econômicos e políticos, e isso tem alimentado o crescimento do crime organizado, segundo o Índice Global de Crime Organizado 2023. O indicador, elaborado pela Iniciativa Global contra a Criminalidade Transnacional Organizada (GI-TOC, na sigla em inglês), avalia os níveis de crime organizado e a capacidade de resiliência dos países para enfrentar as ameaças criminosas. Os resultados do índice mostram que 83% da população mundial vive em países com altos níveis de criminalidade. Isso representa um aumento de 4% em relação a 2021.

Brasil lança programa de R$ 900 milhões para enfrentar crime organizado

O Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas prevê um investimento de R$ 900 milhões, provenientes do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP), do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), do Fundo Nacional Antidrogas (Funad) e do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), além de contar com financiamentos nacionais e internacionais.

Além do lançamento do ENFOC, o ministro Flávio Dino também anunciou ações para a Bahia e o Rio de Janeiro, que enfrentam crise na segurança pública. Para a Bahia, Dino assinou portaria que repassa R$ 20 milhões, proveniente do FNSP, para aquisição e doação de viaturas, armamentos, equipamentos de proteção individual (EPI) e instrumentos de menor potencial ofensivo (IMPO). Para o Rio de Janeiro, foi determinado o emprego da Força Nacional de Segurança Pública para apoiar as forças de segurança do estado no enfrentamento à criminalidade.

A lógica capitalista do crime organizado

Os “neutros”, conhecidos também como Massa Carcerária e Tudo Neutro (TDN), representam a grande novidade no mercado das drogas do Ceará. Seus integrantes precisam de dois componentes para se expandir: território e usuários. Como viabilizar essa expansão diante de um cenário já dominado por outros dois atores? Por meio da guerra e do conflito aberto

“Tá uma Ucrânia”: guerra reconfigura mapa das facções em Fortaleza

O modelo de atuação das facções no Estado tem gerado um custo imenso de vidas humanas. Já não há mais tantos “seres matáveis” dispostos a dar a vida por um conflito sem fim e, por muitas vezes, visto como sem sentido algum. Manter essa condição, em um contexto de vulnerabilidade social agravado pelos efeitos da pandemia, parece ser insustentável até mesmo sob o império da violência e do medo. Este é um terreno fértil para a ascensão dos “neutros”, com todo o rastro de violência que os processos de tomada de territórios deixam.

Mais três bairros também registram casos de perda de vacina por medo das facções; Prefeitura não se pronuncia

Jovens de pelo menos mais três bairros de Fortaleza, Serrinha, Itaperi e Damas, perderam a vacina contra a Covid-19 por causa do agendamento ter sido marcado para uma unidade de saúde situada em um território dominado por uma facção rival. O medo de que possam ser vítimas de algum tipo de violência no trajeto entre a residência e o posto de vacinação impede que o deslocamento seja feito. Conforme o Blog Escrivaninha apurou, a partir de relato dos próprios profissionais da área da Saúde, nem mesmo o Centro de Eventos representa um local seguro, haja vista o equipamento público estar instalado em uma área sob a influência dos Guardiões do Estado (GDE).

A difícil arte de ser “neutro” em meio à guerra entre facções em Fortaleza

Diante de um cenário de enfraquecimento das principais organizações criminosas, grupos e comunidades locais buscam sua autonomia. O “Campo Estrela”, no Grande Jangurussu, é um dos epicentros dessa busca por independência. Depois de tantas mortes, os traficantes locais não veem mais vantagem em permanecer vinculados ao CV e querem a neutralidade do território. Não tem sido uma tarefa fácil, contudo, manter essa posição. Os enfrentamentos vêm de todos os lados, até mesmo da polícia.