“Estava iniciado no Ceará o serviço de vacinação animal. O mais difícil estava realizado. Era necessário captar a confiança do público ou antes mover os indiferentes a aceitarem o salutar preservativo, convencer os anti-vacionistas de sua obstinação no erro”, assim Rodolfo Teófilo descreveu o início da campanha de vacinação contra a varíola. As lições e as experiências da peste que assolou o estado no século XIX.
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Não há vacina para os homicídios no Ceará
Em paralelo ao avanço da doença, o Ceará voltou a ser afligido por uma epidemia que teima em ser banida: a da violência letal. Após um ano com números em queda, os assassinatos aumentaram em 2020. Dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) revelam que 3.720 pessoas foram assassinadas até novembro. A taxa de homicídios do Ceará gira em torno de 40,4 por 100 mil habitantes. Se a alta registrada no começo do ano poderia ser atribuída ao motim da Polícia Militar, o recrudescimento dos casos no segundo semestre exige uma nova explicação.
Eleições sitiadas
O município de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), ostenta um incômodo título: o de primeira cidade no Brasil a receber o envio da Força Nacional durante todo o período das eleições. Nos últimos dois anos, as tropas federais já haviam sido acionadas para intervir no Ceará nas duas ondas de ataques de facções criminosas, em janeiro e setembro do ano passado, bem como no motim da Polícia Militar ocorrido em fevereiro. A portaria do Ministério da Justiça e Segurança Pública, publicada no último dia 29, afirma que a medida tem como objetivo “a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”. Denúncias de ameaças contra candidatos a prefeito e a vereador motivaram a necessidade de reforçar a atuação da Polícia Federal.
Com dados incompletos, Ceará fica de fora do índice de esclarecimento de homicídios do Instituto Sou da Paz
O Instituto Sou da Paz requisitou aos Ministérios Públicos e aos Tribunais de Justiça das 27 unidades federativas do país informações sobre homicídios dolosos (com a intenção de matar) que geraram ações penais. Os dados, que constam na terceira edição da pesquisa “Onde Mora a Impunidade”, serviram como base para a elaboração do cálculo do índice de esclarecimento de homicídios. No entanto, somente 11 estados prestaram as informações precisas para que se pudesse fazer a análise. O Ceará não foi um deles. Por causa disso, não há como saber qual é a eficácia do sistema de justiça criminal cearense em se tratando de esclarecer a autoria dos homicídios.
Mortes, afastamentos e superação: como a Covid-19 afetou a Polícia Militar do Ceará
O balanço do período revela que 1.386 casos de Covid-19 foram confirmados na Polícia Militar do Ceará. Desse total, 13 policiais morreram. Dos 974 testes rápidos realizados, 336 deram positivo. Foram emitidos 2.328 atestados médicos e 4.988 isolamentos foram contabilizados. Dos policiais que se isolaram, 65,95% permaneceram até 14 dias longe de suas atividades diárias. A média de idade dos policiais afastados ficou em torno de 36 anos. A dor de cabeça foi o sintoma mais prevalente seguida de dor no corpo e tosse. A incidência dos sintomas variou conforme a faixa etária.
Agosto registra o menor número de homicídios do ano no Ceará
Após um pico nos índices de violência letal entre fevereiro e maio, a estatística da violência no Ceará volta a decrescer. Com 260 homicídios, o mês de agosto é o menos violento de 2020 até o momento. O número é menor que o observado em janeiro, quando foram contabilizados 265 assassinatos. Neste ano, o Estado registra 2.802 crimes violentos letais intencionais (CVLI). Trata-se de um crescimento de 88% na comparação com o mesmo período de 2019.
O desafio de construir uma política consistente na área da segurança pública
O sucessor de André Costa, o também delegado federal Sandro Luciano Caron, vem da área da inteligência policial. Trata-se, por certo, de um ponto ainda vulnerável na segurança pública estadual. As condições tecnológicas estão postas. Falta, contudo, maior integração entre as polícias e, principalmente, pagar a dívida histórica com a Polícia Civil, corporação sucateada há pelo menos 30 anos.
O Big Brother cearense tem que ser repensado
A vigilância tem consequências ainda mais perversas para grupos sociais e territórios historicamente criminalizados e onde só o que chega é o Estado policial, não o promotor de direitos. Vale lembrar que na capital cearense torres foram instaladas nas periferias, que policiais já podem fazer uso de reconhecimento facial contra supostos suspeitos. Tudo isso sem que haja debate público, avaliação dos resultados das políticas ou qualquer mecanismo de transparência e/ou controle social.
Precisamos de mais uma polícia no Ceará? Notas sobre a criação da Polícia Penal
A Assembleia Legislativa do Ceará aprovou a criação de uma Polícia Penal. O que essa mudança representa para a segurança pública? Quem irá controlar as ações dos policiais no interior dos presídios? Como será feita essa formação, haja vista que não se trata apenas de uma mudança da nomenclatura, mas de uma reestruturação profunda tanto da carreira quanto das competências?
Saída do cargo se deveu a assuntos familiares, afirma secretário
Em um áudio no Whatsapp ao qual o Blog Escrivaninha teve acesso, André Costa, ex-secretário da Segurança Pública e Defesa Social, explica a decisão de deixar o cargo. O motivo está relacionado a questões familiares: ele irá morar em Maceió para que possa ficar mais próximo de sua filha adolescente, que reside na capital alagoana.
