Atuar apenas sobre os sintomas não tornará as escolas mais seguras

Brasil transplantou elementos da cultura de violência dos EUA que impulsionam casos de ataques e atentados contra escolas. As ações chocam pelo grau de perversidade e pela vulnerabilidade de crianças e adolescentes. Cenas que eram vistas apenas no exterior passaram a estampar com certa regularidade nossos noticiários. Desde setembro do ano passado, pelo menos um caso de repercussão nacional de atentado em escolas é registrado no Brasil por mês.

O que pensam os homens que agridem mulheres?

Agressores veem diferenças entre o crime comum e os atos de violência cometidos dentro de casa, compreendidos como algo natural. De tão entranhada, somente a violência física é percebida como tal em um universo fortemente marcado pelo machismo, patriarcalismo e a misoginia. A escuta dos agressores mostra o quanto o combate ao feminicídio é complexo. Sei de relatos de homens agressores que são cordatos e afetuosos no dia a dia. São pais de menina e, ainda assim, não pensam duas vezes na hora de agredir covardemente suas companheiras pelos motivos mais fúteis. Andam impunes pelos cantos, brincam carnaval e são ótimos colegas de trabalho. O agente da violência nem sempre é um monstro. É aí onde reside a maior dificuldade: como desnaturalizar práticas tão arraigadas, como fazer com que os sujeitos da violência se vejam como tais?   

Policial penal afirma que atual sistema prisional cearense está “adoecido”

Em vídeo, agente relata o cotidiano no interior das unidades prisionais do Ceará a partir do que ocorre na Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo (Pacatuba). Policial teme retaliações. “O sistema está doente, nós estamos doentes. A maioria dos meus amigos toma remédio, eu tomo remédio. Adquiri uma diabetes mellitus tipo 2 muito pelo comportamento, alimentação e principalmente sedentarismo. Mas o que mais tem acabado com a gente é a ansiedade”, pontuou.

Armas de fogo em mãos de CACs no Ceará e Piauí aumentam 187% em cinco anos

O registro dos armamentos é feito pela 10ª Região Militar, que abrange o Ceará e o Piauí. Por essa razão, não é possível obter o resultado individualizado. Em 2018, haviam 12.126 armas de fogos em poder dos CACs nesses dois estados. Em 2022, esse número saltou para 34.647. O esforço governamental, durante todo esse tempo, deu-se precisamente em desmontar o Estatuto do Desarmamento da forma como pode, atendendo a uma reivindicação da indústria de armamentos. Em nível nacional, os CACs passaram a ter 42,5% do total de armas particulares no país. Em 2018, esse percentual era de 27%.

Morte de Tico da Maraponga completa 9 anos sem punição dos culpados

De acordo com informações de moradores, o pedreiro foi abordado por policiais do Ronda do Quarteirão e levado a um matagal, onde foi agredido até a morte. Policiais militares acusados pelo crime foram absolvidos. Família busca anulação do julgamento para que os assassinos de Tico possam ser conhecidos e responsabilizados.

Mulheres de detentos cobram retorno de visitas íntimas no sistema prisional

As visitas íntimas foram suspensas no ano de 2018 e desde então famílias exigem o retorno. Débora (nome fictício), esposa de um interno, afirma que a suspensão das visitas afeta diretamente o relacionamento da família e acrescenta que algumas mudanças no horário da visita e na alimentação dos detentos deveriam ser realizadas. Em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária informou que essa prática está prevista como regalia não sendo obrigatória na Lei de Execução Penal.

Como lidar com as vidas que não cabem em um podcast?

Pelo grau de recorrência com quem são vítimas, há um segmento social bastante amplo formado por pessoas cujas existências e mortes são tão comuns e previsíveis que o apelo dramático é quase inexistente. As vidas de tais pessoas importam, contudo, e sua proteção deve se tornar uma pauta para as políticas públicas.

Mestre Nena: OAB pedirá afastamento cautelar dos PMs

A comissão de Segurança Pública da OAB Ceará (OAB/CE) entrará com um requerimento solicitando o afastamento cautelar dos policiais militares envolvidos na abordagem violenta contra Mestre Nena e seus filhos, ocorrida no último dia 21, em Juazeiro do Norte. Familiares da vítima se reuniram na tarde desta sexta-feira, dia 27, com representantes das comissões de Segurança Pública, dos Direitos da Pessoa Idosa, de Promoção da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, na sede da entidade. O caso será acompanhado pelo Procuradoria da Ordem.

Homicídios caem no segundo Governo Camilo; mortes por intervenção policial crescem

A curva de decréscimo nos homicídios registrada no governo Camilo Santana/Izolda Cela, contudo, não se desenhou linearmente, mas sim sob a forma de uma parábola, reforçando a ideia de que as estatísticas sobre criminalidade no Estado podem ser representadas como uma montanha-russa, com altos e baixos contrastantes. Em contrapartida, as mortes por intervenção policial permanecem elevadas a despeito da queda nos índices de letalidade. Em 2022, o Ceará registrou 152 ocorrências desse tipo, sendo que o mês mais letal foi julho, com 22 óbitos. Esse número é o maior desde 2018.

A classe média desce ao inferno do sistema prisional

Detenções ocorridas contra os golpistas que vandalizaram a sede dos Três Poderes fizeram com que os “patriotas” revissem seus conceitos e se tornassem ferrenhos defensores dos direitos humanos. Mesma atitude não é vista em relação às mais de 661 mil pessoas que superlotam o sistema prisional brasileiro. Na comparação com o tratamento destinado cotidianamente aos encarcerados, pode se afirmar que os golpistas desfrutam de uma condição “premium”, embora essas medidas sejam previstas em lei para todos os cidadãos.