No Ceará, negros têm 10 vezes mais chances de serem assassinados que brancos

O racismo cimenta nossas relações, naturalizando e estruturando essa divisão. Para além de ser uma questão ideológica e social, a raça também define quem merece viver e quem está condenado à morte. Duas pesquisas revelam a face racista tanto da sociedade brasileira quanto dos órgãos de segurança. A proporção de pessoas negras mortas excede o percentual da população negra na população total do país. Em 2023, novos governantes assumem o cargo. Resta saber se eles terão coragem política o suficiente para lidar com essa questão de frente. Dispor apenas de uma secretaria específica sobre o tema é muito pouco.

Homicídios: um desafio para governos de esquerda e de direita

Governos petistas foram acusados durante a campanha eleitoral de serem coniventes com o crime organizado. Uma análise das dinâmicas da violência letal nos estados, contudo, mostra que os assassinatos ocorrem de forma complexa, independentemente da presença de armas de fogo na população, desmontando o argumento falacioso de “quanto mais armas menos mortes”.. No primeiro semestre de 2022 em comparação com o primeiro semestre do ano passado, o Brasil, como um todo, observou uma queda de 5% no número de assassinatos. Onze estados com baixa presença de armamento na população e nove estados com presença elevada de armas de fogo entre seus habitantes apresentaram decréscimo nos números da violência letal. Apenas sete estados registraram aumento no número de homicídios nesse período. Quatro deles apresentam uma forte presença de armamentos em meio à população: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Minas Gerais. O argumento do “mais armas menos mortes” não se sustenta do ponto de vista das estatísticas. O cenário é muito mais complexo e diverso do que a propaganda política quer fazer crer.

A eleição do fascismo como um desejo pela guerra

A guerra como solução final nunca é a solução final e, sim, primeira. Se dizemos que é a solução final é porque só no final seu desejo se revela, no caso, um desejo fascista, pois a guerra é o desejo do fascismo em defesa da família, da pátria e de deus acima de tudo, o desejo do cidadão de bem, que quer o bem para todos fazendo o mal, destruindo todos aqueles que não defendem explicitamente a família, a pátria e deus acima de tudo, todos aqueles que não repetem o discurso fielmente. Todo fascista é um fiel religioso ainda que nem todo fiel religioso seja fascista, nem todos que defendam a família, a pátria e deus acima de tudo. O desejo fascista, do fascismo, não quer dizer que o desejo seja fascista. Deseja-se o fascismo, mas ele é, sobretudo, uma escolha consciente, um voto, uma declaração de voto no fascismo e aquilo que é a sua essência, a guerra. O fascismo é a eleição da guerra em defesa da família, da pátria e de deus acima de tudo.