Apenas um representante das forças de segurança no Ceará foi eleito como parlamentar nas eleições deste ano. Na esfera do Poder Executivo, Capitão Wagner (União Brasil), que se apresenta como porta-voz dos policiais, foi derrotado para o Governo do Estado ainda no primeiro turno. O que isso quer dizer?
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Em Fortaleza, Sergio Moro cobra o crédito ao seu Ministério por queda dos homicídios no Ceará em 2019
Embora tenha permanecido pouco tempo à frente do Ministério da Segurança Pública, Sergio Moro teve de lidar com dois momentos-chave da história recente do Ceará. O primeiro deles foram os ataques das facções ocorridos em janeiro de 2019. “O problema dos atentados foi muito grave. A gente não hesitou nem por um minuto. Formamos, desde o início, um gabinete de crise no Ministério para fazer o planejamento necessário para atender o Estado antes ainda que o presidente nos desse o sinal verde para tomar essa decisão. Mandamos Força Nacional, criamos uma força de intervenção penitenciária e transferimos as lideranças criminosas do Ceará para presídios federais”, enumera. O presidenciável atribuiu ainda a queda dos homicídios no Ceará naquele ano à sua atuação à frente do Ministério da Segurança Pública, em especial no processo de reordenamento do sistema penitenciário, foco da insatisfação dos grupos criminosos à frente dos ataques: “Negar a atuação do Ministério da Segurança Pública na queda dos homicídios em 2019 é um argumento falacioso”, disse.
O gambito do Capitão: as razões por trás do anúncio da pré-candidatura de Wagner ao Governo do Ceará
Apesar da relação amistosa entre os dois parlamentares e de Eduardo Girão ter sido o coordenador da campanha de Capitão Wagner a prefeito de Fortaleza, a antecipação do anúncio da pré-candidatura tem sua razão de ser do ponto de vista da estratégia. A participação do senador cearense na CPI da Covid, por mais polêmica que seja, concede ao parlamentar um palanque nacional inédito, com direito a forte presença midiática. Além disso, a defesa intransigente à forma como o Governo Federal atuou em relação à pandemia transforma Eduardo Girão em uma figura de proa do bolsonarismo no Ceará.