O Blog Escrivaninha abre a cobertura jornalística sobre propostas para a área da segurança pública, no Brasil e no Ceará, com um relato do painel sobre segurança pública realizado na tarde desta segunda-feira, dia 7, com o presidenciável Sérgio Moro (Podemos). O seminário ocorreu no auditório do Iprede. Para assistir aos vídeos do evento, acesse o nosso Instagram
Por Ricardo Moura
Em um painel realizado na tarde desta segunda-feira, dia 7, em Fortaleza, o ex-juiz da Operação Lava Jato e ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro (Podemos), conversou com o professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), José Raimundo Carvalho, sobre o cenário de segurança pública no Estado. O debate foi mediado pelo senador Eduardo Girão (Podemos). O ex-magistrado busca consolidar sua candidatura à presidência. Para tanto, Sergio Moro vem percorrendo os estados em busca de apoio. O Blog Escrivaninha esteve presente ao evento e descreve alguns dos pontos discutidos no painel.
Embora tenha permanecido pouco tempo à frente do Ministério da Segurança Pública, Sergio Moro teve de lidar com dois momentos-chave da história recente do Ceará. O primeiro deles foram os ataques das facções ocorridos em janeiro de 2019. “O problema dos atentados foi muito grave. A gente não hesitou nem por um minuto. Formamos, desde o início, um gabinete de crise no Ministério para fazer o planejamento necessário para atender o Estado antes ainda que o presidente nos desse o sinal verde para tomar essa decisão. Mandamos Força Nacional, criamos uma força de intervenção penitenciária e transferimos as lideranças criminosas do Ceará para presídios federais”, enumera.
O presidenciável atribuiu ainda a queda dos homicídios no Ceará naquele ano à sua atuação à frente do Ministério da Segurança Pública, em especial no processo de reordenamento do sistema penitenciário, foco da insatisfação dos grupos criminosos à frente dos ataques: “Negar a atuação do Ministério da Segurança Pública na queda dos homicídios em 2019 é um argumento falacioso”, disse.
Se no episódio dos ataques, o apoio da União ao governador Camilo Santana (PT) é um fato incontestável, a atuação dúbia do ex-ministro em relação ao motim na Polícia Militar, ocorrido em fevereiro de 2020, ainda é um ponto de controvérsia. Além de alegar ter atuado decisivamente para o fim da paralisação, contando para isso com o apoio do deputado federal Capitão Wagner (PROS), Sergio Moro afirma que o crescimento dos assassinatos, naquele mesmo ano, teria ocorrido devido à má condução, por parte do governo estadual, do término da paralisação dos policiais militares.
Em pergunta feita ao ex-ministro sobre como o Governo Federal poderia reprimir a atuação dos grupos armados paramilitares, Moro destacou que, em seu entendimento, as milícias devem ser combatidas do mesmo jeito que as facções. “As técnicas de investigação podem ser diferentes, mas temos de formar grupos especiais, com uma seleção ótima de policiais para não ter risco de infiltração de grupos criminosos. A gente acha que não é possível, mas se for ver exemplos de fora, é possível sim”, afirmou.
Como exemplos, o ex-magistrado citou casos de desarticulação de grupos mafiosos na Itália e nos Estados Unidos graças a uma ação articulada da polícia local. E acrescentou: “Existem sim condições de combater as organizações criminosas no Brasil e vamos ter isso como uma política prioritária na área da segurança pública. Combatendo essas organizações teremos como efeito colateral a redução da criminalidade violenta”.
Uma nova visão do combate ao crime organizado deve ser colocada urgentemente em prática. Nós eleitores temos o dever de escolher os parlamentares que possuem esta capacidade de mudanças. Parabéns ao blog.
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