Coral de moradores de rua do Centro de Fortaleza canta e encanta

Composto por mais de 20 membros, o Coral Encanto da Rua tornou-se uma das principais atividades sociais da Pastoral do Povo da Rua, da Arquidiocese de Fortaleza, no Ceará. O diferencial dessa iniciativa consiste na composição dos membros do coral, cujas vozes masculinas pertencem aos moradores de rua do centro da cidade, enquanto as vozes femininas são de agentes da Pastoral do Povo da Rua. Ambas as categorias são regidas pelo maestro Rogério Jales. 
Os ensaios, realizados semanalmente, geraram resultados positivos e, por esse motivo, o Coral Encanto da Rua, notou a necessidade de dar início às apresentações públicas. Sob a regência do Maestro Rogério Jales, o Coral Encanto da Rua já fez apresentações na Igreja Nossa Senhora da Paz, na Capela do Pequeno Grande, na Câmara dos Vereadores, no Teatro Universitário Paschoal Carlos Magno, da UFC, como parte do espetáculo “Sarau Teatro de Expressões”, e no SindJustiça – Sindicato dos Servidores da Justiça. Os ensaios são realizados semanalmente, às terças-feiras a partir das 14h, na sede da Pastoral. 
“É muito importante porque, a gente daqui da rua é uma coisa inédita, participar de um coral. É aquela coisa, a gente está aqui na rua, acorda na rua sem ter um local pra tomar banho de manhã cedo, sem ter um lugar para escovar os dentes, às vezes tem que pegar fila no galpão… Mas o trabalho que a Pastoral faz pela gente é muito bonito e gratificante”, seguiu. “Nosso objetivo não é ganhar dinheiro, mas sim melhorar como ser humano, como pessoa”.  

“Às vezes a gente fica frustrado pela vida que a gente leva. Cada um tem os seus problemas, mas o coral é praticamente uma terapia, é o que eu acho. Quem não ajuda o próximo, como vive nesse mundo? Acho gratificante toda terça-feira a gente cantar no coral, chegar lá e ser bem recebido, bem acolhido”, relata Lucas, que também é integrante do grupo musical.

83% da população mundial vivem em países com alto índice de criminalidade

O mundo está cada vez mais dividido em termos sociais, econômicos e políticos, e isso tem alimentado o crescimento do crime organizado, segundo o Índice Global de Crime Organizado 2023. O indicador, elaborado pela Iniciativa Global contra a Criminalidade Transnacional Organizada (GI-TOC, na sigla em inglês), avalia os níveis de crime organizado e a capacidade de resiliência dos países para enfrentar as ameaças criminosas. Os resultados do índice mostram que 83% da população mundial vive em países com altos níveis de criminalidade. Isso representa um aumento de 4% em relação a 2021.

Pesquisa aponta perfil de réus por tráfico de drogas e problemas no sistema de justiça

Uma pesquisa inédita realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pela Secretaria Nacional de Política sobre Drogas e Gestão de Ativos do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senad/MJSP) aponta que o perfil de réus por tráfico de drogas no Brasil é jovem, de baixa escolaridade e não branco. A maioria dos réus por tráfico de drogas é jovem (42,5% têm até 30 anos), de baixa escolaridade (28,3% cursaram no máximo o ensino fundamental) e não branco (68,1%).

Brasil lança programa de R$ 900 milhões para enfrentar crime organizado

O Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas prevê um investimento de R$ 900 milhões, provenientes do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP), do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), do Fundo Nacional Antidrogas (Funad) e do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), além de contar com financiamentos nacionais e internacionais.

Além do lançamento do ENFOC, o ministro Flávio Dino também anunciou ações para a Bahia e o Rio de Janeiro, que enfrentam crise na segurança pública. Para a Bahia, Dino assinou portaria que repassa R$ 20 milhões, proveniente do FNSP, para aquisição e doação de viaturas, armamentos, equipamentos de proteção individual (EPI) e instrumentos de menor potencial ofensivo (IMPO). Para o Rio de Janeiro, foi determinado o emprego da Força Nacional de Segurança Pública para apoiar as forças de segurança do estado no enfrentamento à criminalidade.

Audiência Pública debate denúncia de torturas no sistema prisional

Na próxima segunda-feira, dia 2, a partir das 15h, a Assembleia Legislativa do Ceará realizará Audiência Pública para discutir as denúncias de tortura, tratamentos cruéis e outras violações de direitos humanos dentro do sistema prisional cearense. O evento atende ao requerimento do Deputado Renato Roseno (PSOL-CE).

Sinais de mais uma guerra de facções no Ceará

A experiência recente mostra que conflitos entre facções rivais e dissidências provocam picos de violência letal nas comunidades. É quando a situação fica “inflamada”, conforme expressão usada pelos moradores. Em circunstâncias assim, há uma espiral de crimes motivada pela vingança e contendas territoriais

Pautas diferentes, um alvo em comum: Mauro Albuquerque

Policiais penais e familiares de presos cobram saída de secretário da Administração Penitenciária. Parentes dos detentos afirmam, contudo, que, embora tenha sido realizada simultaneamente, a manifestação não sinaliza uma união entre ambos os grupos, uma vez que, segundo eles, “não dá pra ficar ao lado de quem agrediu familiar”

Polícia Civil se atualiza com o fim do cargo de escrivão 

A Lei Orgânica Nacional da Polícia Civil recentemente aprovada pela Câmara dos Deputados, apresenta-se como uma proposição muito mais inovadora. A mudança mais radical, contudo, diz respeito ao fim do cargo de escrivão. A nova legislação prevê apenas três: delegado de polícia, oficial investigador de polícia, e perito oficial criminal, caso o órgão central de perícia esteja integrado na estrutura da polícia civil. A possibilidade de uma mesma pessoa fazer o boletim de ocorrência e investigar torna a corporação ainda mais operacional. Isso é mais verdade quando levamos em conta as dificuldades de cobertura policial no Interior, em que uma mesma delegacia cobre diversos municípios e nas longas distâncias percorridas para se fazer o registro das ocorrências.

Lei Orgânica Nacional da PM mantém militarismo na polícia

Desde 2001, ou seja, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, tramita no Congresso Nacional o projeto de lei que cria a Lei Orgânica Nacional da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. O texto da legislação foi aprovado na Câmara dos Deputados em dezembro do ano passado e agora está no Senado, sob a relatoria do senador Fabiano Contarato (PT-ES).
Esta seria uma boa oportunidade para debater o fim do militarismo das polícias. No entanto, o texto faz exatamente o contrário: mantém a vinculação das polícias militares às forças armadas cumprindo o papel de “força reserva e auxiliar do Exército”. As PMs são compreendidas como “indispensáveis à preservação da ordem pública, à segurança pública, à incolumidade das pessoas e do patrimônio e ao regime democrático, organizadas com base na hierarquia e na disciplina”.

O Governo Federal tem um plano para a segurança. E agora?

O aumento das funções da Polícia Federal nas dinâmicas regionais da violência e da criminalidade, contudo, exigirá ampliação de recursos e de efetivo. Os investimentos para o setor, que não são desprezíveis, terão de ser multiplicados. Ao mesmo tempo, os governos estaduais precisam agir de forma alinhada às diretrizes do Governo Federal. Nesse entrecruzamento reside o perigo: de forma geral, os agentes de segurança ainda se guiam por uma mentalidade que vê o cidadão como um inimigo, como alguém a ser combatido. A polícia da Bahia, por exemplo, bateu recordes de letalidade. Pernambuco segue um caminho semelhante. Os esforços descritos nos planos ministeriais apontam para uma repressão mais coordenada e qualificada contra o crime. Em algum momento, teremos de sentar para discutir qual o modelo de polícia queremos. Não vai ser um debate simples, mas a possibilidade de que ele aconteça passa pela melhoria e manutenção dos índices de violência e criminalidade.