O Blog apurou que o local onde a escola está sediada é dominado pela facção Guardiões do Estado (GDE), enquanto o pai da criança é membro do Comando Vermelho (CV), um grupo rival
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Eleições 2024: entidades publicam carta aberta com recomendações sobre segurança municipal
Em encontro realizado no último dia 16, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – Regional Nordeste I, Ceará – representantes da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (Regional Nordeste I); da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Ceará, do Comitê de Prevenção e Combate à Violência, pastorais, movimentos e organismos sociais e o Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará se reuniram para debater a recomendação de um programa de ação para os futuros prefeitos.
Segurança já pauta o debate sobre a Prefeitura de Fortaleza
Os municípios possuem hoje um papel de protagonismo inédito, haja vista o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) colocar as prefeituras sob um papel de igual relevância aos demais entes federativos no que diz respeito à promoção da segurança à população. A troca de farpas de olho nas eleições municipais de 2024 pode ser precoce? Sim, mas o debate não está mal colocado: dentro dos limites constitucionais das medidas que lhe cabem, os gestores municipais precisam ser cobrados sobre o assunto. De modo geral, contudo, a dimensão repressiva das forças de segurança, sob a orientação de um viés fortemente militarizado, tem sido a tônica das prefeituras a esse desafio. A gestão municipal passada instalou torres de vigilância em alguns bairros sob a alegação de se tratar de “células de proteção social”. A presença ostensiva de um equipamento de vigilância não implica, necessariamente, na redução da criminalidade e da violência. A impressão que fica é a de um maior controle sobre segmentos da sociedade que já são socialmente estigmatizados, como os jovens negros periféricos.
Caucaia, Maracanaú, Maranguape e Juazeiro do Norte estão entre as 15 cidades mais violentas do Brasil, segundo o Ipea
Estudo mais recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) confirma a tendência de metropolização da violência letal no Ceará. Na nota técnica que traz um ranking sobre os 120 municípios mais violentos do país, três cidades da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) aparecem com destaque: Caucaia, Maracanaú e Maranguape. O trio aparece nas duas listas dos 15 municípios mais violentos do Brasil elaboradas pelo instituto. De fora da RMF, somente a cidade de Juazeiro do Norte está presente nesses dois levantamentos.
Adversários na campanha, Sarto e Wagner possuem propostas com mais semelhanças que diferenças para a segurança municipal
Com 35,72% dos votos válidos, Sarto Nogueira (PDT) entra no segundo turno em vantagem diante de seu adversário, Capitão Wagner (Pros), que obteve 33,32%. Embora o medo da violência e o avanço da criminalidade estejam muito presentes nos discursos cotidianos da população fortalezense, o debate sobre o tema pouco avançou no primeiro turno. Os ataques pessoais foram a tônica da campanha, restando muito pouco espaço para se discutir o que havia nos planos de governo. Há quem não goste da comparação, mas em se tratando das propostas para a área de segurança municipal, os dois candidatos possuem mais pontos em comum do que divergências. Basta conferir o que vem sendo proposto e o que vem sendo realizado pela atual gestão.
Uma agenda de segurança pública para Fortaleza
É preciso pensar uma agenda consistente em torno de soluções que vão além do mais do mesmo. Base legal para tanto já existe. Criado em 2018, o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) é uma tentativa de estabelecer uma atuação “conjunta, coordenada, sistêmica e integrada” dos órgãos responsáveis pela segurança pública nos moldes do que foi feito no Sistema Único de Saúde (SUS). Os municípios são citados o mesmo número de vezes (11) que os estados no texto do SUSP, reforçando o papel do poder municipal em prover segurança aos seus cidadãos e cidadãs no interior de suas competências e atribuições legais.
De qual modelo de segurança Fortaleza necessita?
Em relação aos números absolutos, é possível notar que houve uma queda no número de homicídios de 1.993 para 663, no mesmo período. No entanto, essa redução não ocorreu de forma linear (ver quadro). A variação percentual oscilou de -39% para 97%, de um ano para outro, caracterizando uma verdadeira montanha-russa estatística. Tamanha discrepância nos indicadores não pode ser explicada única e exclusivamente como resultado de políticas públicas, mas como efeito de eventos extraordinários como o processo de reordenamento do tráfico de entorpecentes promovido por organizações criminosas de dentro e de fora do Estado, entre 2015 e 2016, que ficou conhecido como a “pacificação”, por exemplo.
