A quem serve o militarismo?

Se a gestão das escolas pode ser militarizada, a gestão dos presídios também passou a ser a partir da criação da figura da polícia penal. Essa foi a solução encontrada para lidar com o caos no sistema penal. A mudança do nome, de agente penitenciário para policial penal, não se configura como uma medida meramente cosmética, mas sim uma transformação radical na própria atividade-fim dos servidores, que passaram a fazer parte dos quadros da segurança pública estadual. O fim último do militarismo é a guerra. Como bem afirma o cineasta Marcelo Pedroso, diretor do filme “Por trás das linhas de escudo”, que retrata o cotidiano do Batalhão de Choque de Pernambuco, o Brasil sempre esteve em guerra com sua própria população.

A política do “quebra dedos” como paradigma

De tão comum e de tão aceita, poderíamos até mesmo alçar a prática de tortura nos presídios ao status de uma política prisional não-escrita que funcionaria em paralelo às normas previstas pela Lei de Execução Penal (LEP)