De acordo com informações de moradores, o pedreiro foi abordado por policiais do Ronda do Quarteirão e levado a um matagal, onde foi agredido até a morte. Policiais militares acusados pelo crime foram absolvidos. Família busca anulação do julgamento para que os assassinos de Tico possam ser conhecidos e responsabilizados.
Por Luiza Vieira, especial para o blog
Completam-se nesta segunda-feira, 13, nove anos do assassinato de “Tico da Maraponga”. O pedreiro Francisco Ricardo Costa de Sousa morreu quando estava a caminho da casa de sua mãe, no bairro Maraponga, em Fortaleza. De acordo com informações de moradores, Tico, como era conhecido, foi abordado por policiais militares do Ronda do Quarteirão e levado a um matagal, onde foi agredido até a morte. Após ser encontrado em estado grave, vizinhos acionaram a polícia. A população denuncia, contudo, que os policiais que socorreram a vítima seriam os próprios autores do crime. Um ônibus foi incinerado em protesto pelo acontecido.
A irmã de Ricardo, Antônia Costa, relata que Tico, antes de morrer, pediu às pessoas que o socorreram que chamasse apenas a família e não a polícia. Três PMs foram investigados e denunciados pelo assassinato do pedreiro. Eles, contudo, foram absolvidos pelo Tribunal do Júri. A defesa dos policiais afirmou que havia duas viaturas no local, não podendo ser possível identificar qual teria envolvimento com o ocorrido. O argumento causou indecisão no corpo de jurados que decidiu absolver os suspeitos.
A família pediu para recorrer da sentença de absolvição no Tribunal de Justiça (TJ), mas não obteve sucesso. O processo chegou a ser analisado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas a decisão foi mantida. Conforme o ministro do STJ responsável pelo julgamento, a negativa de autoria “encontra respaldo nos interrogatórios dos réus, tendo o Conselho de Sentença optado pela tese que mais lhe pareceu verossímil, rejeitando, com isso, a versão acusatória”.
“Eles (policiais) foram inocentados porque havia duas versões dos fatos. Daí a gente encaminhou o caso para a segunda instância, mas até agora não houve justiça. Eles não estão presos e já estão trabalhando de novo na polícia, enquanto a gente continua nessa luta por justiça”, desabafou a irmã.
Antônia revela que a família solicitou a anulação do julgamento para que outra investigação fosse realizada. No entanto, o pedido foi negado pela Justiça, haja vista que não havia novas provas do acontecimento.