Ceará registra 26 ocorrências de incêndio por dia em 2024

De acordo com o especialista em combate a incêndio urbano do CBMCE, Capitão Felipe Aguiar, cerca de 50% das ocorrências do Estado são registradas em Fortaleza. As ocorrências mais frequentes são os incêndios residenciais 

Por Luiza Vieira

Mais de mil ocorrências sobre incêndios foram registradas nos dois primeiros meses de 2024. Levantamento disponibilizado pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) revela que 1.582 casos de incêndio foram atendidos pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) nos dois primeiros meses deste ano. Os dados, coletados entre os dias 1° de janeiro e 29 de fevereiro, apontam que, em média, 26 ocorrências de incêndio foram registradas por dia em 2024. 

Para que os casos sejam classificados como ocorrências, basta que haja um registro via telefonema. Mesmo que o incêndio tenha sido contido, é necessário que a equipe do corpo de bombeiros faça uma averiguação no local para identificar a existência de risco. 

De acordo com o especialista em combate a incêndio urbano do CBMCE, Capitão Felipe Aguiar, cerca de 50% das ocorrências do Estado são registradas em Fortaleza. Segundo o oficial explica, a corporação atende diversos tipos de ocorrência, contudo, as mais frequentes são os incêndios residenciais. “Em termos de incêndio, a gente atende mais incêndios residenciais mesmo, que são aqueles em casas e prédios. Em segundo lugar estão os incêndios em edificação comercial , que são lojas, comércios, empresas”, reiterou. 

No que se refere às combustões vegetais, intituladas “queimadas”, o capitão explicou que esse tipo de ocorrência integra a lista de registros sazonais, ou seja, acontecem em determinados períodos do ano. No primeiro semestre, casos de resgate de animais e cortes de árvores em situação de perigo são mais frequentes. 

Já no segundo semestre o campeão é o incêndio em vegetação. Em janeiro e fevereiro deste ano, foram registrados 538 casos de incêndio em vegetação. Em 2023, em todo o Estado, foram registradas 7.080 ocorrências deste tipo”, seguiu. “As queimadas têm começado mais cedo que o habitual, tanto que, às vezes, o Corpo de Bombeiros não consegue atender todas as demandas”. 

Quartel-general do Corpo de Bombeiros do Ceará. Foto: Luiza Vieira

Dados da corporação indicam que os municípios cujos incêndios são mais frequentes são: Fortaleza, Caucaia, Sobral, Maracanaú e Juazeiro do Norte. O CBMCE não possui quartéis em todas as cidades, contudo, os equipamentos localizados nas regiões mais populosas atendem a todos os municípios. “No ano passado, a gente atendeu a todos os municípios praticamente. Faltaram três a quatro municípios. Se a gente é chamado, a gente vai, mesmo que tenha um deslocamento muito grande”, detalhou o capitão.

Dados nacionais da corporação apontam que mais de 80% dos incêndios residenciais são causados por problemas elétricos. Dessa forma, é recomendado realizar a manutenção frequente de aparelhos elétricos, como ar-condicionado e ventiladores. “O que a gente sempre sugere é que as pessoas utilizem os aparelhos de acordo com o manual, evitem o uso de benjamins de tomada (T’s) e qualquer item que gere sobrecarga elétrica”, recomendou. 

No que tange ao incêndio de vegetação, ele reforça que, pelo menos no bioma brasileiro, 99% dos casos, são resultados da ação humana, e citou como exemplo o incêndio no Parque do Cocó, o maior parque natural em área urbana do Norte e Nordeste.

“Alguém vai fazer uma limpeza de terreno, alguém vai acender uma fogueira, inclusive, caracteriza-se até como crime. A recomendação é não fazer queimada sem o uso técnico correto e autorização. Ao que tudo indica, o incêndio no Cocó foi resultado da ação humana, porque aquele bioma ali não é um bioma que entra em autocombustão, até porque lá é mangue”, concluiu. 

 O que fazer em casos de incêndio?

Conforme as orientações dadas pelo Capitão Aguiar, a primeira coisa a ser feita pela sociedade é evitar que a combustão ocorra. Ele explica que, pela Legislação do Estado do Ceará, o Corpo de Bombeiros tem o dever de fiscalizar a prevenção de incêndios. 

“O CBMCE faz a fiscalização da prevenção de incêndios. Existem essas normas técnicas que, quem constrói edificações tem de seguir a normatização, a única exceção é para edificações unifamiliares, que são aquelas onde mora só uma família. Mas se for, condomínio, comércio, indústria, hotel, é necessário que siga a normatização hoje”, explicou.

Caso ocorra um incêndio, o capitão recomenda:

  1. Acionar o Corpo de Bombeiros por meio do número 193;
  2. Evacuar o local;
  3. Se possível, ao sair do local fechar todas as portas e janelas, intitulada como “compartimentação”.

Crédito da foto: Foto de Moein Moradi no Pexels.

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